terça-feira, 12 de junho de 2012

Pelegrino fala sobre os principais problemas de Salvador e apresenta soluções



Entrevista dada ao jornal da vereadora Marta Rodrigues:


1) O que você identifica como principais problemas de Salvador?
Salvador tem graves dificuldades na saúde, na mobilidade urbana e no trânsito, no ordenamento do uso do solo e na capacidade de fazer investimentos. Esses são os principais, ao lado da inexistência de políticas sociais, culturais e para o turismo. Além disso, a prefeitura precisa de uma liderança forte, o que é fundamental para a capital e a relação com os demais municípios da região metropolitana. É preciso, ainda, revisar os marcos normativos da cidade.

2) Que soluções sustentáveis você sugere para esses problemas?
O futuro prefeito precisa fazer um choque de gestão. Isto significa definir prioridades, enxugar despesas, rever contratos, estabelecer política preventiva de saúde, fazer funcionar efetivamente os postos de saúde da família existentes e ampliar o número deles e dos que funcionam 24 horas. Se os postos de saúde atendessem com eficiência a população na própria região em que as pessoas vivem evitaria a sobrecarga nos hospitais, que são destinados a procedimentos de maior complexidade. Ninguém precisa sair do bairro por causa de um leve mal estar. Este atendimento pode ser feito no lugar onde o cidadão mora.
Na área de mobilidade urbana e do trânsito de Salvador temos a oportunidade, com a Copa 2014, de solucionar uma parte substancial dos problemas, aproveitando os recursos federais já disponibilizados para construir a linha tronco, ligando o Iguatemi ao aeroporto, e as linhas alimentadoras, estendendo essas ligações ao metrô, ao trem do subúrbio e às principais vias de tráfego. O governo Wagner já escolheu e colocou à discussão um sistema múltiplo com veículos sobre trilhos e ônibus articulados. O importante é que o sistema promova a integração operacional e tarifária e atenda os pontos de maior gargalo, dando conforto à população e aos visitantes nos deslocamentos pela cidade. Aliás, a questão da mobilidade urbana nos remete à necessidade de uma liderança forte na prefeitura e que tenha o apoio dos governos estadual e federal. A mobilidade urbana envolve os demais municípios da região metropolitana e Salvador é que deve liderar este processo. Por isso, é importante os apoios do governador Wagner e da presidente Dilma Rousseff, todas as obras estruturantes carecem desse apoio e dessa interação.
Salvador precisa ser repensada e discutida com a sua população. Amo esta cidade, aqui nasci, e nós, os seus moradores, é que vamos definir conjuntamente os rumos a tomar. A minha preocupação, que é a mesma do partido e do governador, é a de ajudar a cidade.

3) Isso demandaria uma mudança no modelo de gestão da cidade?
Claro, a cidade precisa de definição de rumos, estabelecer prioridades com metas e prazos a serem cumpridos, reduzir despesas, recuperar a capacidade de endividamento e de financiar projetos, saber gastar, voltar-se para o empreendedorismo do seu povo, tornando-se um grande centro de serviços, implantar uma política de turismo que aproveite todas as potencialidades.
4) Como você tem atuado na Câmara Federal em defesa da capital baiana?
Na condição de coordenador da bancada baiana, tenho me esforçado, neste momento, em um trabalho de garantir as emendas de bancada e individuais. Até o final de julho precisamos fazer licitações de projetos em torno de R$ 87 milhões, para obras em Salvador, Lauro de Freitas, Vera Cruz, São Sebastião do Passé e outras cidades da região metropolitana. Teremos a reforma do mercado de Paripe e da Ceasa do Rio Vermelho, duas passarelas em Lauro de Freitas. Estamos conclamando os prefeitos a comparecerem à Caixa Econômica para agilizar as emendas dos seus municípios, pois o prazo foi adiado para setembro, pela presidenta Dilma, e precisamos aproveitar a chance que temos de assegurar tudo o que foi destinado à Bahia. O total das emendas é superior a R$ 100 milhões.
Desde que estou na Câmara Federal, este é o meu 4º mandato, sou o deputado que mais aprova emendas para Salvador.
Mas não é só isso. Preocupo-me e dedico esforços a outras demandas da cidade. Agora mesmo inauguramos uma agência da Caixa Econômica nas Cajazeiras, depois de uma luta de quase dez anos. Participo da comissão especial de prevenção às drogas, valendo-me da experiência à frente da secretaria da Justiça, na qual deixei projetos de prevenção ao uso e de tratamento dos usuários de drogas em diversos bairros. Há demanda de todo tipo, desde a recuperação da Estrada da Base Naval, até programas de reinserção social de ex-detentos, convênio firmado por mim com o Tribunal de Justiça quando estava na SJDH.

5) Como garantir que a Copa do Mundo traga retornos permanentes para Salvador?
Um exemplo: o programa de mobilidade urbana é motivado pela copa, mas será incorporado à cidade, é permanente. E vamos ampliar depois para Lauro de Freitas, Camaçari, Simões Filho e outras cidades próximas. Queremos que o trem do subúrbio se estenda até Alagoinhas. A Arena Fonte Nova será dotada de serviços e equipamentos públicos que vão beneficiar a população, não será apenas local de competições esportivas. Depois da Copa do Mundo, certamente Salvador será outra cidade.

6) Qual a sua avaliação da atuação da bancada do PT na Câmara Municipal de Salvador?
A bancada do PT cumpre o papel que o eleitor lhe atribuiu, que é o de oposição. Isto não significa, porém, sectarismo. O partido se preocupa com a governabilidade de Salvador. A bancada não pratica a política do “quanto pior, melhor”, os interesses da cidade estão acima. É uma bancada aguerrida, madura, competente, mas não é radical.

Um comentário:

Anônimo disse...

perdeu pra 25 otario