sexta-feira, 16 de julho de 2010

Igualdade de gênero: ONU cria órgão para valorizar e defender a mulher

O Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) apresenta nesta quarta-feira (14), em Brasília, a ONU Mulheres - entidade das Nações Unidas para a igualdade de gênero e o empoderamento feminino, cuja criação foi anunciada no último dia 2 de julho, em Nova York, na Assembleia Geral da ONU.



A organização, que estará em pleno funcionamento em Janeiro de 2011, vai unificar as quatro instâncias de mulheres da ONU: a Divisão para o Avanço das Mulheres (DAW, na sigla em inglês, entidade criada em 1946); o Instituto Internacional de Pesquisas e Capacitação para a Promoção da Mulher (Instraw, criado em 1976); o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem, criado em 1976) e o Escritório de Assessoria Especial em Questões de Gênero (Osagi, criado em 1997).



O evento acontece paralelamente à 11ª Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe, promovida pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). A conferência vai discutir os avanços e desafios dos governos do continente nas questões de gênero.



Segundo a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, a reunião vai propor aos governos uma agenda de desenvolvimento com o objeto de garantir a igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres.



Para a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Nilcea Freire, a conferência e o documento final devem refletir os avanços e as conquistas das mulheres e propor desafios. "Devemos fazer uma análise das mulheres no mercado de trabalho, da difícil carga que carregam nas funções produtivas e reprodutivas". A conferência vai até esta sexta-feira (16), em Brasília.



A ONU Mulheres será apresentada durante um café da manhã com ministras, parlamentares e altas autoridades dos mecanismos para as mulheres da América Latina e Caribe que participam do encontro em Brasília. O encontro será conduzido por Gladys Acosta, chefa do Unifem para a região, e deverá reunir cerca de 20 lideranças femininas.



Segundo Gladys, a ONU Mulheres nasce com a missão de acelerar o progresso e o atendimento das demandas das mulheres e meninas em todo o mundo. É resultado de anos de negociações entre Estados-membros da ONU e pelo movimento de defesa das mulheres no mundo. Faz parte da agenda de reforma das Nações Unidas, reunindo recursos e de mandatos de maior impacto. A expectativa é que a ONU Mulheres tenha um orçamento inicial de 500 milhões de dólares/ano, montante que representa o dobro do orçamento anual das quatro instâncias de mulheres das Nações Unidas.



ONU Mulheres terá duas funções principais: irá apoiar os organismos intergovernamentais como a Comissão sobre a Situação da Mulher na formulação de políticas, padrões e normas globais, e vai ajudar os Estados-membros a implementar estas normas, fornecendo apoio técnico e financeiro adequado para os países que o solicitem, bem como estabelecendo parcerias eficazes com a sociedade civil. Também ajudará o Sistema ONU a ser responsável pelos seus próprios compromissos sobre a igualdade de gênero, incluindo o acompanhamento regular do progresso do Sistema.



Mulheres negras e indígenas

Ainda na quarta-feira (14), das 13h às 14h30, a DAW, Instraw e Unifem realizam o evento paralelo "Empoderamento econômico das mulheres indígenas e afrodescendentes da América Latina e Caribe". O painel terá como expositoras Tania Tarqui, do Fórum Internacional das Mulheres Indígenas, e Tania Rodriguez, da Rede de Mulheres Afro-latinoamericanas, Afro-caribenhas e da Diáspora. O evento terá moderação da jornalista chilena Ernestina País.

Portal Brasil

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